História do Mickey Mouse: de Oswald ao maior símbolo da Disney

A história do Mickey Mouse começa em 1927, quando Walt Disney e Ub Iwerks criaram o personagem de desenho animado para a Universal Pictures: Oswald the Lucky Rabbit (Oswald, o Coelho Sortudo).

O personagem estrelou vários curtas-metragens de animação lançados nos cinemas de 1927 a 1938. Além disso, vinte e sete curtas-metragens animados de Oswald foram produzidos no Walt Disney Studios.

Mas Walt Disney perdeu o controle do personagem em 1928 por problemas comerciais e de contrato. Nas letras pequenas ele cedia os direitos devido à sua inexperiência.

No conteúdo abaixo, vamos apresentar em mais detalhes essa história, contando como antes o famoso personagem era um coelho, até o momento da criação do famoso ratinho.

Continue a leitura e confira:

Oswald The Lucky Rabbit: o início da história do Mickey
Do coelho ao ratinho mais famoso da Disney
O que podemos aprender com a história do Mickey Mouse?
Lederman Consulting e Disney

Oswald o Coelho Sortudo, o início da história do Mickey — Figura 1 – Oswald o Coelho Sortudo

Oswald The Lucky Rabbit: o início da história do Mickey

Enquanto estava sob o controle criativo da Disney, Oswald foi um dos primeiros personagens de desenho animado a ter personalidade. Conforme descrito pelo próprio Walt:

“De agora em diante, pretenderemos [tornar] Oswald um personagem mais jovem, enérgico, alerta, atrevido e aventureiro, mantendo-o também limpo e em bom estado.”

Assim, com Oswald a Disney começou a explorar o conceito de “animação de personalidade”. Em resumo, os personagens de desenhos animados eram definidos como indivíduos por meio de seus movimentos, maneirismos e atuação. Isso, feito simplesmente por meio de seu design. Além disso, por volta desse período, Walt Disney expressou:

“Quero que os personagens sejam alguém. Não quero que sejam apenas um desenho.”

Com isso, Walt optou por fazer do personagem um coelho, pois já havia dois gatos animados populares na época, Felix the Cat e Krazy Kat.

Dessa forma, para fazer seus desenhos animados de Oswald parecerem “reais”, Walt Disney se afastou dos estilos de Felix the Cat, Koko the Clown, Krazy Kat e Julius the Cat. Assim, começou a emular os ângulos de câmera, efeitos e edição de filmes de ação ao vivo.

Isso para aprender como basear piadas na personalidade e como construir rotinas cômicas. Ao invés de amontoar uma piada atrás da outra, ele estudou Laurel e Hardy (o Gordo e o Magro), Harold Lloyd, Charlie Chaplin e Buster Keaton.

O fim de Oswald, the Lucky Rabbit, e o início da história do Mickey

A fim de provocar emoção no público, Walt Disney estudou e escrutinou os efeitos de sombra, corte transversal e encenação de ação em filmes com Douglas Fairbanks e Lon Chaney.

Isso porque Walt Disney não queria que Oswald fosse simplesmente “um personagem de coelho animado e mostrado da mesma forma que os personagens de gato comumente conhecidos”, bem como apenas um gancho para piadas.

Em vez disso, sua intenção era “tornar Oswald peculiar e tipicamente OSWALD”.

Com isso, em fevereiro de 1928, Walt viajou para a cidade de Nova York na esperança de negociar um contrato mais lucrativo com seu produtor Charles Mintz. Mas, com os problemas econômicos da época, Mintz imaginou que Disney deveria se contentar com um corte de 20%.

Assim, enquanto a maioria de seus colegas animadores partiu para o estúdio de Mintz, Walt Disney decidiu parar de trabalhar nos desenhos animados de Oswald.

Do coelho ao ratinho mais famoso da Disney

Após sua frustrante visita a Nova York, em sua longa viagem de trem para casa, Walt Disney teve a ideia de criar outro personagem e manter os direitos sobre ele.

Dessa forma, Walt e Iwerks iriam desenvolver um novo desenho animado em segredo, estrelando um novo personagem que se tornaria a fundação de um império global de entretenimento.

Com isso, o primeiro desenho animado do Mickey Mouse a ser filmado foi Plane Crazy, no verão de 1928, mas foi produzido como um filme mudo que acabou não sendo lançado. Mais tarde, Plane Crazy recebeu sua própria trilha sonora sincronizada e foi lançado em 17 de março de 1929.

Além disso, o primeiro filme do Mickey Mouse com trilha sonora sincronizada, Steamboat Willie, chegou às telas naquele outono de 1928 e se tornou um grande sucesso, eclipsando Oswald.

E assim, foi a história da criação de um novo personagem semelhante em aparência a Oswald, como um substituto, e que se tornaria um dos personagens de desenhos animados mais famosos do mundo.

Mickey em Steamboat Willie, início da história do mickey — Figura 2 – Mickey em Steamboat Willie

O que podemos aprender com a história do Mickey Mouse?

A história da criação do Mickey Mouse pela Disney é uma fonte rica de lições sobre inovação e perseverança.

O segredo e a surpresa desempenharam papéis cruciais nesse processo, permitindo que o projeto fosse desenvolvido longe de influências externas, resultando em algo verdadeiramente original.

Apesar do primeiro lançamento fracassado do desenho animado “Plane Crazy”, Disney e sua equipe não se desencorajaram.

Em vez disso, aprenderam com os erros e fizeram ajustes, adicionando uma trilha sonora sincronizada ao filme. Esta adição não apenas representou uma inovação tecnológica na era do cinema mudo, mas também mostrou como a inovação pode se estender a áreas aparentemente secundárias, enriquecendo a experiência do público.

Dessa forma, a escolha estratégica do momento para o lançamento, em 17 de março de 1929, destaca a importância do timing na introdução de inovações.

Compreender o momento certo para apresentar uma nova ideia pode ser fundamental para o seu sucesso. Além disso, o impacto cultural duradouro do Mickey Mouse ilustra como a inovação bem-sucedida não apenas cria um produto, mas também se integra profundamente à cultura popular, transcendendo gerações.

Lederman Consulting e Disney

Neste artigo, vimos como a história da Disney começou com um coelhinho, o Oswald The Lucky Rabbit, para chegar ao mais famoso personagem da animação: o Mickey Mouse.

Além disso, é perceptível a força não só do personagem, mas do The Walt Disney Studios no mercado em todo o mundo. Consequentemente, atraindo e retendo cada vez mais clientes com a sua “magia”.

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David Lederman é presidente da Lederman Consulting & Education e organizador dos Workshops Oficiais do Disney Institute no Brasil.

Fundador da Escola Nacional de Qualidade de Serviços (ENQS), Professor na Fundação Vanzolini no Curso de Especialização em Administração de Serviços – CEAS e Professor no MBA em Administração, Finanças e Geração de Valor na disciplina “Excelência em Serviços e Fidelização de Clientes” da PUCRS.

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